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Motociata com Bolsonaro em SP teve menos de 4 mil veículos registrados, aponta sistema de pedágio

Na motociata protagonizada pelo ex-capitão em SP em junho do ano passado, houve o registro de 6.661 veículos

Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP
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A motociata desta sexta-feira 15 em São Paulo com o presidente Jair Bolsonaro reuniu aproximadamente 3,7 mil motos, segundo o sistema de monitoramento de pedágios no sistema das rodovias Anhanguera-Bandeirantes.

Conforme os dados das praças de pedágio da concessionária AutoBan, divulgados pelo jornal Folha de S.Paulo, 3.703 veículos foram registrados nas praças de pedágio de Campo Limpo, Itupeva e Sumaré, quando as rodovias estavam liberadas apenas para as motos e para veículos de suporte a Bolsonaro.

Na motociata protagonizada pelo ex-capitão em São Paulo em junho do ano passado, houve o registro de 6.661 veículos – 44% a mais que na desta sexta.

Durante o ato desta sexta, bolsonaristas tentavam inflar os números. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) escreveu nas redes sociais: “O que vão inventar agora para diminuir a maior motociata de um político da história mundial provavelmente?”.

O governo paulista estimou que a motociata custaria cerca de 1 milhão de reais aos cofres públicos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, haveria um reforço no policiamento para a manifestação, com um efetivo de mais de 1.900 policiais militares.

Ameaças

Após a motociata, Bolsonaro tornou a atacar o Tribunal Superior Eleitoral por um um acordo entre a Corte e o WhatsApp para o pleito deste ano.

Em fevereiro, o aplicativo acertou com o TSE os caminhos para combater a desinformação durante o processo eleitoral. Na ocasião, o CEO do WhatsApp, Will Carhcart, se comprometeu a não executar nenhuma mudança significativa no Brasil antes das eleições.

Na última quinta-feira 14, o WhatsApp anunciou uma nova ferramenta de comunidades, que permitirá ampliar o alcance de grupos. O recurso será testado em vários países, mas só deve chegar ao Brasil após as eleições.

“O que eu tomei conhecimento nesta manhã é simplesmente inaceitável, inadmissível e inconcebível. O WhatsApp passa a ter uma nova política para o mundo, mas uma específica para o Brasil. Isso após um acordo com três ministros do TSE”, discursou o ex-capitão a seus militantes. “Cerceamento, censura, discriminação, isso não existe. Ninguém tira os direitos por você, nem por lei, que dirá por um acordo. Esse acordo não tem validade e nós sabemos como proceder.”

A ideia do novo recurso do WhatsApp é permitir a criação de grupos com milhares de pessoas: a princípio, as comunidades, que buscam atingir pequenos grupos com o mesmo interesse, teriam limite de 10 grupos com 256 integrantes cada, mas o aplicativo estuda a possibilidade de aumentar o número para 512 usuários por grupo e também elevar a quantidade de grupos por comunidades.

“Dados os muitos comentários que recebemos, achamos que podemos fazer mais para facilitar a ajuda às pessoas a gerenciar essas conversas ocupadas entre esses tipos de grupos. (…) As comunidades também conterão novas ferramentas poderosas para administradores, incluindo mensagens de anúncio enviadas a todos e controle sobre quais grupos podem ser incluídos”, disse a empresa em press release. Outros aplicativos de mensagens instantâneas como o Telegram permitem grupos com números ilimitados de usuários, modelo que o WhatsApp deixou claro que não pretende seguir.

“Enquanto outros apps estão criando conversas para centenas de milhares de pessoas, nós escolhemos ajudar os grupos que fazem parte do nosso dia a dia. Esse é o começo das Comunidades do WhatsApp, e nosso foco para este ano é desenvolver novos recursos para dar suporte a elas.”

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