CartaExpressa
Moro diz ter mais ‘credibilidade’ que os adversários de 2022: ‘Tenho couro grosso’
‘Eu não sou um novato’, afirmou o ex-ministro de Bolsonaro ao tentar relevar a falta de experiência
O provável candidato do Podemos à Presidência em 2022, Sergio Moro, sugeriu nesta quinta-feira 18 ter mais “credibilidade” que o ex-presidente Lula, líder das pesquisas de intenção de voto, e o presidente Jair Bolsonaro. Ele também afirmou não ser “um novato”, apesar da falta de experiência.
Em entrevista à Bloomberg Línea, o ex-juiz disse que, atualmente, “muita gente sente aquele espírito de desolação, de que está tudo perdido”. Ele voltou a criticar, indiretamente, Lula e Bolsonaro.
“Se o cidadão vai no supermercado e só tem dois produtos na prateleira, os dois produtos podem ser ruins, mas ele vai ter que escolher um deles”, afirmou, ao tentar fazer uma analogia com os líderes dos levantamentos. “Precisamos apresentar outros produtos, projetos que tenham credibilidade.”
O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro também foi questionado sobre uma possível privatização da Petrobras, que esteve no centro da atuação da Lava Jato, mas não forneceu qualquer resposta conclusiva.
“A Petrobras tem acionistas privados, uma intervenção que vai gerar prejuízos aos interesses dos acionistas certamente vai levar a indenizações bilionárias”, opinou. “É preciso ter um estudo para analisar se cabe privatizá-la. Se sim, como seria esse modelo. Não são respostas absolutas.”
Moro ainda tentou relevar sua falta de vivência política e apontou sua participação na Lava Jato como suposta credencial para ser presidente.
“Eu não sou um novato. Tenho uma carreira que me precede em casos muito difíceis. Fui juiz da Lava Jato, a maior operação de investigação contra a corrupção da história do Brasil”, disse. “Se isso não me dá credibilidade e couro grosso, não imagino o que me daria.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.
O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.
Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.
Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.
Leia também
‘Duvido que Moro resista à pré-campanha’, avalia Ciro Gomes
Por Getulio Xavier
O autoritarismo da Lava Jato vai às urnas. Os próximos meses prometem
Por Cláudio Couto
PT lança o documentário ‘Lava Jato: um cupim contra o Brasil’
Por CartaCapital



