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Morango do amor, críticas a Dino e versículo: os stories de Michelle no dia da condenação de Bolsonaro

No dia em que a Primeira Turma do STF decidiu, por maioria, penalizar seu marido, a ex-primeira-dama parecia disputar outra batalha

Morango do amor, críticas a Dino e versículo: os stories de Michelle no dia da condenação de Bolsonaro
Morango do amor, críticas a Dino e versículo: os stories de Michelle no dia da condenação de Bolsonaro
Reprodução/Internet
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No mesmo dia em que a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, por maioria, condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro surgiu em vários momentos nas redes sociais — não para falar da decisão histórica, mas para exibir os famosos “morangos do amor” e cutucar o ministro Flávio Dino, um dos votos contra seu marido.

Enquanto a ministra Cármen Lúcia ainda finalizava o voto que consolidaria a maioria pela condenação, Michelle já havia publicado um stories exaltando a chamada “caixinha do amor”, uma seleção de doces de uma confeitaria em Porto Alegre. Nas imagens, a ex-primeira-dama aparece apenas manipulando os bombons — como se a cena política à sua volta fosse mero ruído de fundo.

Horas mais tarde, veio o contra-ataque. Michelle resgatou dois vídeos antigos de Dino. Num deles, o atual ministro do STF garante que a Corte não possui “partidos políticos e ideologias” — trecho que ela editou intercalando falas de quando ele integrava o PCdoB e o PSB.

No outro vídeo, a ex-primeira-dama tenta desmontar a fala de Cármen Lúcia, que havia sustentado, no julgamento, que jamais houve dúvidas institucionais sobre a lisura das urnas eletrônicas. Michelle recorreu a uma gravação antiga: Dino, ainda deputado federal, comentava a derrota em sua primeira disputa ao governo estadual. À época, como relator de uma reforma eleitoral, incluiu a previsão de impressão de 2% dos votos — detalhe que há anos circula como munição em fóruns bolsonaristas para defender o voto impresso.

Num último stories, Michelle acionou sua arma mais usual: a Bíblia. Em resposta à derrota de Bolsonaro e de outros sete aliados, condenados pela tentativa de anular as eleições de 2022 através de um golpe de Estado, escreveu: “Há um Deus no céu que tudo vê, que ama a justiça e odeia a iniquidade”.

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