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Ministra diz que investigação sobre yanomamis deve afetar Bolsonaro: ‘Sempre demonstrou afeto pelo garimpo’

Sonia Guajajara também cobrou mais rapidez da Polícia Federal para punir garimpeiros: ‘Já apresentamos denúncia’

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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A ministra dos Povos Originários, Sonia Guajajara, afirmou que a investigação sobre os responsáveis pelo massacre contra os yanomamis em Roraima tem tudo para afetar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Com certeza teve a conivência do governo Bolsonaro. Não é possível que a atividade tenha se estruturado tão bem assim. Bolsonaro sempre demonstrou afeto pela atividade garimpeira. [A investigação] precisa chegar a ele”, avaliou a ministra em entrevista ao site UOL publicada nesta segunda-feira 20.

Na conversa com o portal, ela ainda cobrou mais rapidez da Polícia Federal para punir os garimpeiros. “Nenhum garimpeiro foi indiciado. Apresentamos a denúncia para a Polícia Federal, mas não temos a conclusão da investigação”, disse. “É preciso maior celeridade nessas investigações e operações”.

Segundo defendeu, quanto mais demorada for a investigação, mais vidas de indígenas serão perdidas. “Quanto mais se demora, mas aumentam os conflitos e as possibilidades confronto”.

Guajajara ainda fez duras críticas a Chico Rodrigues (PSB-RR), escolhido pelo Senado para liderar a comissão externa sobre a crise indígena na região. Ele tem defendido garimpeiros publicamente e chegou a classificar como ‘totalmente primitivo’ o modo de vida dos povos originários do estado.

“O Senado colocou alguém que protege os aliados do garimpo, ele não vai se posicionar contra a atividade. A escolha dele é mais uma vez uma tentativa de garantir a lisura dessa atividade catastrófica”, afirmou a ministra.

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