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Ministério Público quer que Monark pague R$ 4 milhões por suposta defesa de partido nazista no Brasil
Ação civil pública foi protocolada pelo órgão na Justiça de São Paulo
O Ministério Público de São Paulo defende, em ação civil pública apresentada à Justiça na última quinta-feira 21, que o youtuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, pague uma indenização de 4 milhões de reais por, segundo o órgão, ele ter defendido a criação de um partido nazista no Brasil. As informações são do site UOL, que teve acesso à denúncia.
A ação é assinada pelo promotor Reynaldo Mapelli Júnior, que alega que os indício colhidos até aqui “comprovaram, com sólida fundamentação técnica, a postura racista, o antissemitismo e o nazismo no comportamento do réu, bem como a necessidade de reprimenda.”
Monark, em 2022, disse defendeu que o Brasil deveria permitir a criação de “um partido nazista reconhecido pela lei” e completou também que, na sua visão, se alguém quisesse ser ‘antijudeu’, teria “o direito de ser.”
As declarações foram proferidas por Monark no Flow Podcast, atração apresentada por ele à época. Estavam na transmissão como debatedores os deputados Kim Kataguiri e Tabata Amaral. Após a repercussão do caso, Monark foi desligado do programa. Atualmente ele mora nos EUA e costuma alegar ser um perseguido político no Brasil.
Em outro trecho da ação civil pública citado pelo site, o promotor Mappeli Júnior diz que as declarações de Monark seriam também uma violação constitucional.
“A defesa da criação de um partido cuja ideologia é a própria antítese da construção histórica recente dos direitos humanos é incompatível com o texto constitucional”, diz o trecho mencionado.
Caso a ação seja levada adiante e o pedido de indenização milionária seja acatado, o valor seria destinado ao Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos.
O crime de fabricação, comercialização, distribuição ou veiculação de símbolos, emblemas e objetos de divulgação do nazismo, atribuído a Monark, pode render até três anos de prisão, além de multa.
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