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Ministério Público de São Paulo pede nova investigação sobre domicílio eleitoral de Tarcísio

Ex-ministro bolsonarista é carioca e já teve sua relação eleitoral com São Paulo questionada em outras ocasiões

Ministério Público de São Paulo pede nova investigação sobre domicílio eleitoral de Tarcísio
Ministério Público de São Paulo pede nova investigação sobre domicílio eleitoral de Tarcísio
O ex-ministro Tarcísio de Freitas. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu nesta segunda-feira 27 a abertura de um novo inquérito policial para apurar as suspeitas de irregularidades na transferência do domicílio eleitoral de Tarcísio de Freitas (Republicanos) para São Paulo. A informação é do site Poder360.

Tarcísio é natural do Rio de Janeiro e residia até pouco tempo atrás em Brasília. Mais recentemente, ao ser escolhido por Jair Bolsonaro (PL) como a sua principal aposta eleitoral entre governadores, transferiu seu domicílio para São José dos Campos (SP). A mudança, no entanto, é cercada de suspeitas.

A principal alegação é de que o comprovante de aluguel de setembro de 2021 usado por Tarcísio seja fraudulento, uma vez que ele não residiria no local naquela ocasião. Ele argumenta, desde que a transferência foi questionada pela primeira vez, que mantém vínculos com a cidade, onde reside sua irmã, cunhado e sobrinhos.

O domicílio eleitoral de Tarcísio já foi questionado em outra ocasião em representação encaminhada pelo PSOL. Naquela solicitação, o Tribunal Regional Eleitoral aceitou a defesa do ex-ministro. O PSOL, por sua vez, prometeu recorrer da decisão.

Nesta segunda, quem encabeça o pedido no MP-SP é Renato Battista, do União Brasil, mesmo partido de Sergio Moro. O ex-juiz recentemente teve sua transferência de domicílio eleitoral para São Paulo barrada pela Justiça.

Na solicitação ao MP, Battista reforça o entendimento de que o ex-ministro de Bolsonaro ‘nunca residiu em SP’. Para ele, a transferência seria uma ‘fraude’ cometida por Tarcísio.

“É claro que qualquer brasileiro pode vir a residir em São Paulo e concorrer a um cargo eletivo representando o povo paulista ou o Estado. O que não é possível é que um cidadão que aqui não reside simule uma residência apenas para concorrer a um cargo público”, destaca um trecho do pedido.

“É necessário que o Ministério Público, como guardião da lei eleitoral e principal responsável pela lisura do pleito, aja com vigor para coibir tais casos”, escreve ainda Battista na solicitação.

O ex-ministro, por sua vez, alega que o pedido é um ‘ato de desrespeito’. “É, ao mesmo tempo, um ato de desrespeito com o Ministério Público e Poder Judiciário, uma vez que estes já foram provocados com questionamentos similares e reconheceram a regularidade da situação”, argumenta a assessoria em nota.

 

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