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Ministério do Esporte decide demitir responsável por postagem racista
O conteúdo foi retirado do ar, mas prints continuam circulando nas redes sociais


O Ministério do Esporte publicou e depois apagou uma postagem de cunho racista ao citar o barco da delegação brasileira na abertura das Olimpíadas de Paris, na França, nesta sexta-feira 26. Segundo a pasta, o responsável pela publicação foi demitido.
A conta da pasta no X (antigo Twitter) postou a imagem de um chimpanzé dirigindo um barco com a mensagem:”Todo mundo aguardando o nosso barco”. Um emoji da bandeira do Brasil fechava a legenda.
O conteúdo foi retirado do ar, mas prints continuam circulando nas redes sociais. Com a repercussão negativa, o Ministério do Esporte disse entender que a publicação contém “conotações racistas históricas e perpetua estereótipos prejudiciais”.
Também pontuou que a postagem foi “um erro grave e incompatível” com os valores da pasta e afirmou lamentar “profundamente qualquer ofensa causada”.
“Reafirmamos nosso compromisso inabalável no combate ao racismo e a qualquer forma de preconceito. O Ministério está implementando medidas rigorosas para garantir que nossa comunicação institucional seja sempre guiada por princípios de respeito, inclusão e diversidade“, diz.
Além disso, o ministério abriu um processo administrativo disciplinar para apurar responsabilidades. “Estamos revisando nossos processos internos e oferecendo treinamento contínuo à nossa equipe para garantir que todas as nossas comunicações futuras reflitam nosso compromisso com a justiça social e a igualdade”, completa a nota.
A cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris-2024 começou por volta das 14h (horário de Brasília). No início da celebração, um vídeo feito pelo comitê organizador mostrava o ex-jogador francês Zidane com a tocha pelas ruas de Paris.
Na sequência, o campeão mundial da Copa de 1998, que não chegou a ser um atleta olímpico, entregou a tocha para um grupo de três crianças, que iniciaram o “desfile” dentro de um barco no rio Sena.
O Brasil foi o 29º país a fazer a travessia no curso d’água. Ao contrário de diversas delegações, a delegação teve um barco exclusivo e fez o percurso em 42 minutos. Isaquias Queiroz, do remo, e Raquel Kochhnnan, do rúgbi, foram os porta-bandeiras.
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