Militares não estão blindados do assédio de facções, diz presidente do STM

Segundo Joseli Parente Camelo, 'o crime organizado usa de todos os artifícios'

Foto: Reprodução/STM

Apoie Siga-nos no

O presidente do Superior Tribunal Militar, brigadeiro Joseli Parente Camelo, afirmou que as Forças Armadas “não estão blindadas” contra o assédio de facções criminosas.

“É muito fácil a corrupção contaminar e atrair um militar que ganha X de salário diante de uma oferta para ele ganhar 10 vezes mais. Há essa possibilidade”, admitiu, em entrevista à BBC News Brasil.

Em outubro, 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, na Grande São Paulo, foram furtadas. Embora 19 armas tenham sido recuperadas, resta aprofundar a investigação sobre como o caso se desenrolou. A principal suspeita é que militares tenham tentado negociar as metralhadoras com facções criminosas.

Após o furto, o Exército exonerou o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista do cargo de diretor do Arsenal de Guerra. Em seu lugar, assumiu o coronel Mário Victor Vargas Júnior.

“As Forças Armadas não estão blindadas contra esse assédio. O crime organizado usa de todos os artifícios e estamos permanentemente preocupados e trabalhamos para essa segurança, mas nem sempre conseguimos evitar”, disse Parente. “O militar não é um santo. Botar o militar no altar não existe. Ele é um ser humano. Ele é corruptível. Há uma preocupação extrema, principalmente do Exército, que detém o maior número de armamentos, de manter esse controle. Mas ninguém é infalível.”

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.