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Milei ‘merece respeito pelo que conseguiu alcançar’, diz presidente da Eurasia

O americano Ian Bremmer chegou a dizer que o governo levaria a Argentina a um ‘colapso econômico iminente’, mas mudou de ideia; greve geral deve paralisar o país

O presidente da Argentina, Javier Milei. Foto: Juan Mabromata/AFP
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O governo do presidente da Argentina, Javier Milei, “merece respeito pelo que conseguiu alcançar”. A opinião é do analista político Ian Bremmer, fundador da Eurasia, uma das mais influentes consultorias de risco político do mundo. 

Nesta quarta-feira 8, Bremmer publicou um vídeo nas redes sociais em que elogiou o presidente argentino. “Não há dúvidas de que, durante seus primeiros meses no governo, esse cara merece respeito pelo que realmente vem conseguindo alcançar”. 

Logo após Milei chegar à presidência do país vizinho, Bremmer chegou a dizer que o país viveria um “colapso econômico iminente”. Hoje, no vídeo, ele recuou. “Claramente isso não aconteceu”, disse Bremmer. “Milei se mostrou muito mais um líder ponderado em termos de política econômica do que eu esperava”.

Do ponto de vista dos planos de Milei na presidência, o atual governo argentino conseguiu alcançar algo raro na história recente do país: um superávit fiscal. Ao menos, no primeiro trimestre deste ano.

O projeto já foi aprovado na Câmara, em uma vitória agridoce para o governo: ao mesmo tempo em que mostrou uma mínima capacidade de articulação política do governo e o fato de que a oposição não conseguiu parar (de todo) o projeto, também revelou que o projeto só foi aprovado após ter sido bastante desidratado. O projeto original, por exemplo, tinha quase 700 artigos, tendo sido reduzido a menos de 300.

Os primeiros meses do governo, contudo, agudizaram a penúria econômica no país. O governo vem promovendo um forte controle do dólar, ao passo que as vendas no comércio caíram e a pobreza avançou fortemente. Além disso, demissões em massa vêm sendo feitas em órgãos públicos do país, sob o risco de paralisar alguns serviços essenciais.

Nesta quinta, o Senado argentino deve aprovar a Lei de Bases do governo Milei, que promete privatizar empresas e ampliar os poderes do Executivo. Em oposição, entidades sindicais irão às ruas no que promete ser a maior greve geral contra o governo. 

O projeto representa uma vitória agridoce para o governo. Por um lado, demonstrou uma capacidade mínima de articulação política, conseguindo avançar apesar da resistência da oposição. Por outro lado, revelou que a aprovação só ocorreu após significativas concessões, com o texto original de quase 700 artigos sendo reduzido para menos de 300.

Na opinião do analista norte-americano, Milei tem contado, inclusive, com a complacência de alguns peronistas. “As decisões recaem sobre Milei, e não sobre eles. Por isso, há uma nova disposição para aceitar certos compromissos, mesmo que isso signifique orçamentos menores e maior austeridade.”

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