CartaExpressa
Milei manda cortar sinal de TV venezuelana da Argentina
Governo argentino decidiu não renovar contrato da Telesur
O governo de Javier Milei confirmou a determinação de retirada do sinal do canal de televisão TeleSur do sistema de Televisão Digital Aberta (TDA) da Argentina.
Em nota publicada nesta segunda-feira 6, a Telesur, que é uma rede estatal venezuelana, chamou a retirada de “grave atentado ao direito à informação”, uma vez que se propõe a “limitar o acesso a vozes dissidentes, restringir a pluralidade informativa e prejudicar a possibilidade de sustentar opiniões informadas e de participar ativamente do debate público”.
A decisão foi tomada em um momento de tensionamento das relações diplomáticas entre Argentina e Venezuela. Nicolás Maduro, por exemplo, já foi alvo de várias críticas do presidente argentino, assim como já promoveu ataques diretos ao presidente de direita.
Essa não é, aliás, a primeira investida de Milei contra meios de comunicação no país. Desde março, o governo argentino passou a desmontar a Télam, considerada a principal agência pública de notícias do país.
A rescisão definitiva do contrato com a Telesur acontecerá no próximo dia 1 de julho.
O grupo lembrou, no comunicado, que uma medida semelhante foi tomada no governo do ex-presidente Mauricio Macri, que, atualmente, apoia a gestão Milei.
“Nossa multiplataforma continuará construindo uma sinfonia de vozes através de seus diversos canais e plataformas, conectando os povos na defesa do direito à informação como pilar de sociedade mais livres e justas”, informou, em nota.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Milhares marcham na Argentina por Dia do Trabalhador e contra reforma trabalhista de Milei
Por AFP
Milei admite que Malvinas estão ‘nas mãos do Reino Unido’
Por AFP