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Metodologia do Datafolha superestimou popularidade de Bolsonaro, diz Atlas

Vantagem de Lula para o atual Bolsonaro seria menor do que apontou o instituto paulista em sua última pesquisa

O presidente da República, Jair Bolsonaro. Foto: AFP
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O Atlas Político apontou, na sexta-feira 14, que as pesquisas telefônicas do Datafolha, realizadas durante a pandemia, “sobre-estimaram sistematicamente a aprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia”.

Em texto publicado em seu site, o Atlas, instituto que também faz pesquisas eleitorais, diz que na última pesquisa do Datafolha, que foi feita presencialmente, há um erro na comparação com os levantamentos anteriores.

“Apesar da mudança da metodologia de coleta, os resultados da última pesquisa com coleta presencial do Datafolha divulgada no dia 12 de maio foram inseridos na mesma série histórica das pesquisas com coleta telefônica, sem qualquer comentário sobre desafios de comparabilidade”, diz o texto.

“Mais do que isso, a manchete oferecida pela Folha da São Paulo a pesquisa foi ‘Aprovação a Bolsonaro recua 6 pontos’ ou seja uma comparação direta com a pesquisa de março que tinha sido conduzida utilizando outra metodologia”, acrescenta.

Na analise, o Atlas retoma os levantamentos do Datafolha feitos após as demissões dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e do Sérgio Moro.

“As pesquisas Datafolha indicaram um aumento da aprovação do presidente Jair Bolsonaro, dentro da margem de erro da pesquisa, de 30% de ‘Ótimo e bom’ em dezembro de 2019 para 33% de ‘Ótimo e bom’ nas pesquisas de abril de 2020 e de maio de 2020. Em maio de 2020, logo depois da saída do Sérgio Moro do governo, Jair Bolsonaro registrou seu mínimo histórico de aprovação na pesquisa Atlas com 21% de ‘Ótimo e bom’, uma diferença de 12 pontos percentuais em relação ao Datafolha”, afirma o texto.

Para o Atlas, “a estabilidade dos percentuais de aprovação do Jair Bolsonaro nas pesquisas Datafolha se dava em um contexto de instabilidade de variáveis de controle da distribuição amostral”.

O instituto considera ainda que a vantagem de Lula para Bolsonaro, em pesquisa divulgada nesta semana pelo Datafolha, pode ser menor do que o levantamento mostra. O Atlas diz que “a última pesquisa Datafolha não representa adequadamente o perfil do eleitorado brasileiro”.

“A distribuição amostral do Datafolha sobre o cenário eleitoral de 2022 não é representativa da população brasileira por faixa de renda de acordo com as projeções feitas pela AtlasIntel para o mês de maio de 2021 a partir da evolução das series históricas da PNAD-Continua”, afirma.

“Aplicando a reponderação por renda, a diferença entre Lula e Bolsonaro na pesquisa Datafolha cai de 18 para 12 pontos no primeiro turno e de 23 para 17 pontos no segundo turno”, diz o instituto.

No levantamento do Datafolha, no primeiro turno, o petista tem 41% das intenções de voto, contra 23% do atual ocupante do Palácio do Planalto.

Em um segundo turno contra Bolsonaro, Lula também aparece com ampla folga na liderança: 55% a 32%.

Na analise, o Atlas pondera que “uma possível explicação deste fenômeno é sobre o perfil do público que frequenta os pontos de fluxos visitados pelos entrevistadores do Datafolha no contexto da pandemia do Covid-19”.

A pesquisa do Datafolha foi presencial após meses de pandemia.

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