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Lula: Toda vez que a vida do povo melhora, aparece a desgraça de um golpe apoiado pela elite
Segundo defendeu, o País só não se tornou uma potência econômica mundial por ser submisso a interesses internacionais


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista a uma rádio de Minas Gerais nesta terça-feira 22, avaliou as causas do que chamou de ‘atraso brasileiro’. Segundo defendeu, o País só não se tornou uma potência econômica mundial por ser submisso a interesses internacionais e vítima de constantes golpes apoiados pela elite brasileira.
“Vivemos durante muito tempo para produzir riqueza para Portugal, indiretamente, porque a Inglaterra tomava de Portugal, e depois produzimos para os Estados Unidos. Cada vez que a gente vai produzir riqueza para nós, que o povo começa a crescer, vem alguém e dá um golpe”, defendeu Lula.
“Toda vez que aparece um governo que está tentando melhorar a vida do povo, aparece a desgraça de um golpe apoiado pela elite brasileira”, reforçou Lula mais adiante após listar os episódios envolvendo Juscelino Kubitschek, João Goulart, Getúlio Vargas, Dilma Rousseff e a sua própria prisão no âmbito da Lava Jato.
Na entrevista, o ex-presidente também destacou o que chamou de ‘mentalidade atrasada dos colonizadores do Brasil’, que mais tarde formaram a atual elite brasileira. Para ele, por ser um dos últimos países a abolir a escravidão e pelo pouco foco em educação pública, o Brasil não conseguiu alcançar níveis melhores de desenvolvimento.
“O Brasil ficou atrasado 400 anos porque os nossos descobridores não tinham preocupação com a Educação, porque na cabeça deles esse era um país de escravos. Os seus filhos iam para Paris, Londres, Portugal e Estados Unidos. Mas os pobres, filhos de negros e índios, iam para a chibata”, destacou antes de repercutir a declaração recente do ministro da Educação Milton Ribeiro de que ‘as universidades não deveriam ser para todos e sim para poucos’.
“Essa mentalidade [de colonizadores, como é a do ministro] faz o Brasil não ser uma potência como é Estados Unidos e Alemanha”, concluiu.
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