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Lula ironiza críticas à influência de Janja: ‘Ela cuida de mim’
A atuação da primeira-dama tem sido alvo constante da oposição, que questiona sua influência no governo


O presidente Lula (PT) saiu em defesa da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, nesta quinta-feira, 20. A declaração rebate críticas e questionamentos da oposição sobre o papel desempenhado pela socióloga nos bastidores políticos de Brasília.
“Sinceramente, eu acho graça quando ouço dizer ‘ah, porque a Janja dá palpite na vida do Lula’. A coisa gostosa que tem na minha relação com a Janja é que ela dá palpite na minha vida”, defendeu Lula em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. “Ela cuida de mim”, acrescentou o presidente.
A atuação da primeira-dama tem sido alvo constante da oposição, que questiona sua influência no governo e já apresentou ações judiciais e projetos de lei para limitar sua presença em Brasília. Diante dos ataques, Janja reduziu recentemente sua participação em agendas oficiais e sua presença nas redes sociais.
O principal projeto apresentado contra a primeira-dama é de autoria da deputada federal Rosângela Moro (União-SP). Esposa do ex-juiz da Lava Jato e atual senador Sergio Moro, a parlamentar propõe que as agendas cumpridas por Janja passem a ser consideradas de “interesse público”. O objetivo, segundo ela, é fiscalizar eventuais gastos relacionados às atividades da esposa do presidente. O texto foi apresentado em parceria com o bolsonarista Coronel Chrisóstomo (PL-RO).
Outro projeto em tramitação na Câmara é ainda mais restritivo: busca proibir que a primeira-dama represente oficialmente o País em eventos. O texto também veta qualquer nomeação para funções públicas e o uso de recursos oficiais. A proposta é de autoria do bolsonarista Daniel Freitas (PL-SC).
Na esfera judicial, a atuação de Janja foi contestada pelo vereador de Curitiba Guilherme Kilter (Novo-PR), que acionou a Justiça para investigar supostos gastos da primeira-dama na manutenção de um gabinete informal no Planalto. O caso chegou ao Superior Tribunal de Justiça, que decidiu, na quarta-feira, 19, que a competência para o julgamento cabe à Justiça Federal do Distrito Federal.
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