Vença Lula (PT) ou Bolsonaro (PL), a relação entre Brasil e Rússia deve seguir a mesma toada. Ao menos é o que diz o presidente russo Vladimir Putin, que vê ‘consenso’ entre os dois candidatos em relação a seu país.
As declarações foram feitas nesta quinta-feira, no encerramento da 19ª reunião anual do Clube Valdai, grupo de discussão ligar do Kremlin, com acadêmicos, empresários e políticos.
“Sabemos que eles [os rivais] têm consenso na relação com a Rússia, apesar de situações difíceis dentro do país. Não interferimos em processos políticos internos”, disse Putin, respondendo a uma pergunta do repórter Igor Gielow, da Folha de S. Paulo. “É nosso parceiro mais importante na região, e assim continuará. Faremos tudo para que essas relações se desenvolvam mais.”
Fontes que acompanham o evento, entretanto, disseram à Folha ser Bolsonaro o preferido do presidente russo. Isso porque ele o considera mais manobrável e influenciável que Lula.
Bolsonaro visitou à Rússia dias antes a invasão na Ucrânia. Após manifestações internacionais de repúdio as atitudes de Putin no território vizinho, Bolsonaro preferiu se manter neutro.
No encontro, Putin e o ex-capitão negociaram a comercialização de fertilizantes para o País e foi iniciada uma negociação de certificação de combustíveis nucleares para submarinos movidos a reator.
O presidente russo recebeu “solidariedade” de Bolsonaro em um momento de grande isolamento internacional. A postura do brasileiro levou a críticas ao País por autoridades internacionais.
Ainda que de Bolsonaro ser o mais alinhado aos interesses russos, o petista não preocupa, já que Lula fez diversas críticas ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski e apontou que manterá uma posição neutra, apesar da pressão norte-americana.
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