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Lira anula convocatória a ministro da Justiça para explicar tortura e morte causada pela PRF em Sergipe

Em conversa com CartaCapital, o deputado Orlando Silva disse que Anderson Torres se comprometeu, porém, a comparecer como convidado

Homem negro foi morto sob tortura pela PRF no ano passado. Foto: Reprodução
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cedeu à pressão da ala governista e anulou a convocação do ministro da Justiça e Segurança Pública, o delegado Anderson Torres, para explicar as ações da Polícia Rodoviária Federal que culminaram na morte de Genivaldo de Jesus Santos, em maio, na cidade de Umbaúba, no Sergipe. Ele foi asfixiado com spray de pimenta e gás lacrimogêneo em um carro oficial da PRF.

“O [deputado] Sóstenes Cavalcante apresentou uma questão de ordem fajuta, que eu não teria deixado o líder falar antes de encerrar a votação, o que é uma coisa completamente usual na Câmara, ele [o líder] falou após o encerramento da votação. O Arthur Lira acolheu a questão de ordem e anulou a votação”, explicou à CartaCapital o deputado Orlando Silva (PCdoB), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias que aprovou, no início do mês, a convocatória do ministro.

O parlamentar relatou ainda que advertiu o presidente da Casa sobre o ‘problema político’ que a decisão traria, já que Torres já teria aceitado a convocatória.

“O Arthur Lira então conversou com o ministro, que confirmou que virá amanhã às 15h. Então está tudo mantido”, afirmou Orlando Silva. Com a anulação da convocatória, Anderson Torres não é mais obrigado a comparecer à Câmara.

Nas redes sociais, a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ), também integrante da Comissão de Direitos Humanos, classificou a decisão de Lira como ‘autoritária’. ‘O autoritarismo de Lira não tem limites! O Presidente desta Casa acaba de derrubar nossa convocação ao Ministro da Justiça para prestar explicações sobre o assassinato de Genivaldo pelo o Estado. Quem ele pensa que é para negar o mínimo de justiça ao nosso povo?’, questionou.

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