O escritor Laurentino Gomes, autor da trilogia Escravidão, foi alvo de críticas e ameaças nas redes sociais após declarar que Portugal deveria pedir desculpas pela escravidão de povos africanos. A declaração foi dada no sábado 14 ao portal português Visão.
“Um pedido de perdão em relação à escravatura seria muito benéfico para Portugal porque seria libertador, seria um passo importante de reconciliação”, disse. O autor lembrou que Lula, quando foi ao Senegal em 2005, pediu desculpas em nome do Brasil, e completou afirmando que Marcelo Rebelo de Sousa, o atual presidente português, não considera essa hipótese.
Nesta segunda 16, o autor se disse surpreso com a reação de alguns internautas portugueses, que o atacaram após as declarações.
“Em princípio, o perdão não deveria assustar tanta gente. Perdão nunca foi sinônimo de humilhação. Perdão não faz mal a ninguém. É somente o primeiro passo para a reconciliação. Perdão só é um incômodo a quem se recusa a pedi-lo ou a aceitá-lo”, escreveu no Twitter.
Surpreendeu-me a reação de alguns portugueses à minha sugestão à @Visao_pt de que Portugal deveria reconhecer o seu papel na escravatura e pedir perdão às vítimas dessa imensa tragédia humanitária. Fui alvo de comentários agressivos, incluindo injúrias e ameaças nas redes sociais pic.twitter.com/cxCbzSYnoX
— Laurentino Gomes (@laurentinogomes) August 16, 2021
“Um pedido de perdão em nada diminuiria a grandeza de Portugal. Ao contrário, só o faria um país ainda mais admirado neste inicio de século XXI. A dificuldade em sequer admitir a hipótese indica que a escravatura é uma ferida ainda aberta. Que só se cura com… um pedido de perdão!”, completou.
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