O ineficaz ‘kit Covid’, defendido com unhas e dentes pelo governo Bolsonaro e pelo chamado ‘gabinete paralelo’, fez farmacêuticas aumentarem seu faturamento em até sete vezes durante a pandemia, chegando a mais de 1 bilhão de reais em alguns casos. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.
Os dados de faturamento constam em documentos oficiais encaminhados à CPI da Covid no Senado. Nos materiais, sete empresas embolsaram 482 milhões de reais até maio de 2021 com a venda dos medicamentos do ‘kit’, como a cloroquina e a ivermectina. Antes da pandemia a média era de 180 milhões.
São elas: EMS, Farmoquímica, Momenta Farmacêutica, Abbott, Sandoz, Cristália e Supera Farma.
Outras três empresas podem ter chegado a faturamentos superiores a 1 bilhão de reais, segundo aponta a reportagem. São elas: Apsen, Vitamedic e Brainfarma.
Um requerimento já foi aprovado pela CPI para apurar possíveis relações entre as farmacêuticas e o governo federal. A comissão também investiga ligações entre as empresas e integrantes do chamado ‘gabinete paralelo’. O pedido é dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Humberto Costa (PT-PE).
Segundo o levantamento, há empresas em que a venda de medicamentos do ‘kit Covid’ aumentou em mais de 1.000%. É o caso da Vitamedic que comercializou 1.230% mais ivermectina do que no ano anterior.
Em outros casos, como na EMS, o crescimento do faturamento ultrapassa os 700% em apenas um ano. Só em 2020 a empresa embolsou 142 milhões com a venda dos medicamentos.
As farmacêuticas negam comercializar ou incentivar o uso ‘kit Covid’. As empresas também informaram que o uso dos medicamentos deve se limitar ao que consta na bula e que eles não devem ser usados contra a Covid-19. O crescimento nas vendas, por sua vez, é atribuído a uma procura espontânea pelos medicamentos.
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