CartaExpressa
Justiça proíbe Bolsonaro de fazer propaganda do ‘tratamento precoce’
A juíza também obriga os influenciadores contratados pelo governo a se retratarem
A Justiça Federal de São Paulo proibiu na noite de quinta-feira 29 que a Secretaria Especial de Comunicação Social do governo federal promova campanhas publicitárias com a defesa do tratamento precoce contra a Covid-19, que utiliza medicamento sem eficácia comprovada para a doença.
A decisão da juíza Ana Lucia Petri Betto, divulgada pelo UOL, também obriga a retratação pública dos quatro influenciadores contratados pelo governo para defender o “atendimento precoce” em suas redes sociais.
“[Que] a SECOM se abstenha de patrocinar ações publicitárias, por qualquer meio que seja, que contenham referências, diretas ou indiretas, a medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, especialmente com expressões como ‘tratamento precoce’ ou ‘kit-covid’ ou congêneres”, escreveu Ana Lúcia em sua decisão.
Segundo a magistrada, as campanhas publicitárias do governo devem “ser pautadas” por “clareza e transparência” e que, portanto, “no mínimo, a ação publicitária com os influenciadores tem o potencial de induzir em erro”.
Na ação, a juíza menciona ainda “prejuízos materiais ao erário” e “também aqueles imateriais, lesando a própria moralidade administrativa”.
O tema também será investigado pela CPI da Covid no Senado Federal. Governistas tentam incluir nos depoimentos médicos que defendem os medicamentos para justificar a defesa do governo com base em profissionais da saúde.
Relacionadas
CartaExpressa
TSE condena União Brasil a devolver R$ 765 mil por gastos irregulares do PSL em 2018
Por Marina VereniczCartaExpressa
Felipe Neto é autuado por injúria após chamar Lira de ‘excrementíssimo’
Por CartaCapitalCartaExpressa
CNJ proíbe uso de multas de delações para promoção pessoal de juízes e promotores
Por CartaCapitalCartaExpressa
Deputado pede que MP apure ameaças a professora que corrigiu aluna por dizer que Moraes ‘acaba com as leis’
Por CartaCapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.