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Justiça nega pedido de Edir Macedo de censurar documentário da Netflix sobre ‘possessão’

Produção trata de caso ocorrido nos Estados Unidos e decisão liminar não considera dano à imagem ou reputação do bispo

Justiça nega pedido de Edir Macedo de censurar documentário da Netflix sobre ‘possessão’
Justiça nega pedido de Edir Macedo de censurar documentário da Netflix sobre ‘possessão’
O bispo Edir Macedo, chefe da Igreja Universal. Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da rede Record, tentou censurar um trecho do documentário “O Diabo no Tribunal”, exibido pela Netflix, com imagens de uma “possessão demoníaca”.

Macedo e o bispo Renato Cardoso, que aparecem na produção, ingressaram com uma liminar contra a exibição do documentário, mas o pedido foi negado pela juíza Paula da Rocha e Silva, da 36ª vara Cível de São Paulo.

O documentário trata de um julgamento ocorrido nos Estados Unidos, em que a defesa do réu justifica um homicídio pelo fato de ter estado sob “possessão demoníaca”. Como as imagens de Macedo e Cardoso aparecem no filme, ambos alegaram que a exposição viola o direito de imagem e comprometem suas reputações.

Segundo eles, a produção é “sensacionalista” e tenta, de maneira indevida, associá-los à prática de exorcismo, apresentando atuações religiosas sem contexto.

A Netflix, por sua vez, argumentou que as imagens são de domínio público e que foram usadas como um tipo de exemplo. Além disso, as imagens de Macedo e Cardoso aparecem por apenas poucos segundos, segundo a produtora.

Ao tratar do caso, a Justiça de SP negou a existência de dano grave que justificasse a censura ao conteúdo. A magistrada acolheu os argumentos da Netflix, considerando que as imagens são antigas e de baixa qualidade, e que a prática de “libertação [exorcismo] de uma pessoa ‘possuída’” já foi amplamente divulgada pela própria Igreja Universal.

Segundo a magistrada, o aparecimento dos dois no documentário não faz referência “a fato ou evento vexatório” que justifique a retirada do trecho. A Igreja Universal do Reino de Deus ainda não se pronunciou sobre a decisão, que foi dada em caráter liminar.

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