Justiça concede guarda provisória de capivara Filó a influencer

O animal havia sido devolvido ao Ibama, depois que o tutor foi denunciado e multado pelo instituto

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A capivara Filó foi devolvida ao influencer Agenor Tupinambá, neste domingo 30, após decisão judicial. O tutor já reencontrou o animal conforme vídeos publicados nas redes sociais.

A devolução foi determinada pela Justiça Federal, que concedeu a guarda provisória do animal ao homem. Agenor chegou a entregar a capivara ao Ibama, na última quinta-feira 27, após ser denunciado por suspeitas de maus-tratos e exploração animal; ele também foi multado pelo órgão em R$ 17 mil.

Na decisão, o juiz Marcio André Lopes Cavalcante, destaca que o tutor vive ’em perfeita simbiose’ com a floresta e os animais ali existentes.

A decisão diz ainda: “Não é a Filó que mora na casa do Agenor. É o autor que vive na floresta, como ocorre com outros milhares de ribeirinhos na Amazônia, realidade muito difícil de ser imaginada por moradores de outras localidades urbanas no Brasil”.

O juiz determinou que o Ibama faça a entrega do animal ao tutor imediatamente, que fica autorizado a realizar o seu transporte até a sua moradia.

O magistrado ainda estabeleceu que Agenor deverá informar ao juízo periodicamente as condições de saúde do animal, devendo também ser facultado livre acesso dos órgãos ambientais para a fiscalização da capivara.


 

 

Entenda o caso

O influencer Agenor Tupinambá viralizou nas redes sociais ao mostrar a sua rotina com a capivara Filó e outros animais silvestres com os quais convive em um município do interior do Amazonas. Dois meses depois, ele foi denunciado por suspeitas de abuso, maus-tratos e exploração animal, multado em R$ 17 mil, e notificado a retirar todas as publicações feitas com os animais silvestres de suas plataformas digitais.

Segundo o Ibama, uma equipe foi até a fazenda onde Agenor mora e propôs a soltura do animal nas proximidades de Autazes. No entanto, a família do influenciador afirmou que o bicho poderia se tornar alvo de caçadores da região e concordou em levar a capivara ao Centro de Triagem, que fica na capital. A devolução foi feita na quinta-feira 27.

Após o recolhimento do animal, a deputada estadual Joana Darc Cordeiro de Lima (União Brasil – AM) entrou com um mandado de segurança contra o Ibama alegando que seus servidores estariam descumprindo um acordo para que o tutor, a parlamentar e um veterinário indicado tivessem acesso ao animal enquanto ele estivesse nas dependências do instituto. O juiz Marcio André Lopes Cavalcante também concedeu, via liminar, uma autorização para a visita técnica ao animal.

Em vídeo publicado nas redes sociais, a parlamentar disse ter constatado durante visita técnica que o animal estava submetido a condições precárias. “Inclusive todas as vacinas e todos os medicamentos estão vencidos”, disse Joana Darc.

Em nota, o Ibama disse que a parlamentar divulgou informações falsas de que haveria vacinas vencidas e que o protocolo clínico veterinário determina que não se imuniza animais silvestres.

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