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Jair Renan, o ’04’, adia mais uma vez depoimento à PF
A tendência, agora, é de que a oitiva ocorra apenas em fevereiro; o inquérito mira supostas práticas de tráfico de influência e lavagem de dinheiro


O filho 04 do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, conseguiu mais uma vez adiar seu depoimento à Polícia Federal no âmbito de um inquérito que mira supostas práticas de tráfico de influência e lavagem de dinheiro. A tendência, agora, é de que a oitiva ocorra apenas em fevereiro, segundo informações do site Metrópoles.
Não é o primeiro adiamento. Jair Renan deveria ter se apresentado à PF em 17 de dezembro, mas alegou, por meio de sua defesa, ter sido acometido por uma gripe. “Renan Bolsonaro está de cama e tomando antibiótico entre outros medicamentos. Ele foi vítima desta nova virose que se espalhou pelo Rio de Janeiro e São Paulo lotando os hospitais”, diz a nota divulgada na ocasião pelo advogado Frederick Wassef.
Segundo a PF, o inquérito apura se houve associação de Jair Renan “no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade”.
O inquérito foi aberto em 15 de março de 2021 pela PF. De acordo com o jornal O Globo, Jair Renan teria recebido um carro elétrico de representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, avaliado em 90 mil reais.
Um mês após a doação, em outubro de 2020, a empresa conseguiu agendar um encontro com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, do qual também participou Renan. Desde então, a PF investiga se o 04 agiu para que o grupo empresarial conseguisse a reunião.
Para Wassef, o inquérito “só existe porque o deputado federal comunista/esquerdista Ivan Valente requereu investigação, baseada em fake news“.
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