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Investigação da morte de Marielle sobe ao STJ; veja próximos passos
Delação de Élcio Queiroz apontou envolvimento do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão


O inquérito que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes foi remetido ao Superior Tribunal de Justiça.
A mudança de foro foi causada, conforme revelou o jornal O Globo, pelas suspeitas do envolvimento do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, no crime. Segundo a publicação, o nome dele foi citado na delação premiada feita pelo ex-PM Élcio de Queiroz, preso por suspeitas de participação no homicídio, em 2018. O conselheiro nega as acusações.
A mudança de tribunal, no entanto, não significa a federalização do caso, considerado desnecessária pela própria Corte, em maio, quando a maioria dos ministros considerou que as autoridades estaduais tinham capacidades efetivas de oferecer uma resposta ao crime.
O inquérito continuará, portanto, sendo conduzido pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro em parceria com a Polícia Federal. A criação dessa Força Tarefa foi negociada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino.
Na prática, o caso segue sendo investigado pelas autoridades locais, mas, a partir de agora, as decisões sobre o rumo das investigações, assim como a autorização de medidas ou diligências, ficarão a cargo de um ministro do STJ, que será sorteado como o relator do caso.
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