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Instituto repudia Flávio Bolsonaro por comparar prisões do 8 de Janeiro ao Holocausto
Segundo o Instituto Brasil-Israel, trata-se de ‘mais uma distorção negacionista que fere a memória das vítimas’
O Instituto Brasil-Israel divulgou uma nota de repúdio à comparação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) entre o Holocausto e a prisão de manifestantes golpistas do 8 de Janeiro.
Segundo a entidade, trata-se de “mais uma distorção negacionista que fere a memória das vítimas”.
“Flávio decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória”, diz o texto. “Ao contrário dos detidos e presos por crimes em Brasília, as vítimas dos nazistas não cometeram crime algum, e foram exterminadas em razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política.”
As declarações de Flávio foram concedidas durante a sessão da terça-feira 26 da CPMI do 8 de Janeiro.
“A gente via pessoas com medo, querendo fugir do Nazismo e sendo direcionadas para dentro de estações de trem de forma pacífica com a falsa promessa de fugir do regime nazista”, afirmou. “Enquanto elas estavam dentro das estações, eram ligadas as câmaras de gás e as pessoas morriam aos milhares. Muito parecido com o que aconteceu aqui, nas prisões dos dias 8 e 9 de janeiro. ‘Vamos aqui, entra no ônibus, vamos te botar na rodoviária para você voltar para a sua casa.’ O destino foi o presídio.”
Calcular com precisão o número de pessoas mortas como resultado das políticas nazistas é uma tarefa complexa. Não há um documento de funcionários nazistas na época da Segunda Guerra a listar as vítimas. Segundo a Enciclopédia do Museu do Holocausto, porém, é possível estimar que 6 milhões de judeus tenham morrido.
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