Inflação em alta e precatórios podem inviabilizar ampliação do Bolsa Família, diz Guedes

'Até mesmo, dependendo do nível da inflação, eu já posso começar o ano furando o teto', declarou o ministro

O MINISTRO DA ECONOMIA, PAULO GUEDES. FOTO: EDU ANDRADE/ASCOM/ME

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira 25 que a alta da inflação e a fatura de precatórios prevista para 2022 poderão inviabilizar a ampliação de programas sociais, como o Bolsa Família, e forçar o governo de Jair Bolsonaro a furar o teto de gastos.

 

 

A gestão federa alega que não contava com os quase 90 bilhões de reais em dívidas judiciais a serem pagos no ano que vem.

“Não tenho como pagar os 90 bilhões de reais sem afetar o funcionamento da máquina pública”, disse Guedes a jornalistas. “Com a inflação subindo como está subindo agora, acaba com o espaço de ampliação dos programas sociais. Até mesmo, dependendo do nível da inflação, eu já posso começar o ano furando o teto”.


Guedes declarou que sua “obrigação constitucional” é dizer que “isso [a fatura dos precatórios] torna o Orçamento inexequível”. Também tornou a pedir auxílio ao Supremo Tribunal Federal para repensar a forma de pagamento das dívidas judiciais. “Nós precisamos de modulações que nos permitam cumprir a lei”, completou.

Apesar de mencionar nesta quarta o avanço da inflação, Guedes negou na segunda-feira 23 que haja descontrole de preços no Brasil. Segundo ele, com uma inflação de 7% ou 8%, o Brasil está “dentro do jogo”.  O IPCA-15, divulgado nesta quarta pelo IBGE, subiu 0,89% em agosto, maior índice para o mês desde 2002. Em 12 meses, a alta já chega a 9,3%.

 

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