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Indígenas denunciam ataque de jagunços no Mato Grosso do Sul
Segundo o Conselho Indigenista Missionário, dez indígenas guarani e kaiowá ficaram feridos, dois em estado grave, após um ataque em Douradina
Grupos que representam os povos indígenas denunciaram, no sábado 3, terem sido vítimas de um ataque de jagunços fortemente armados em Douradina, no Mato Grosso do Sul.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o Conselho Indigenista Missionário apontou que dez indígenas guarani e kaiowá ficaram feridos, dois em estado grave.
Um deles foi atingido na cabeça e o outro, no pescoço. Ainda não se sabe se foram alvejados por munição letal ou não. Ambos foram levados ao Hospital da Vida, em Dourados, junto com outros seis indígenas que ficaram feridos de maneira menos grave.
Ainda de acordo com o Cimi, o ataque ocorreu na retomada Pikyxyin, uma das sete na Terra Indígena Lagoa Panambi., um dia depois de a Força Nacional ter se retirado do local. Os indígenas informam também que outro ataque já havia sido registrado na terra na sexta-feira 2.
Uma publicação feita pela Articulação dos Povos Indígenas afirmou que os indígenas foram ameaçados pouco antes do ataque armado.
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Segundo o Cimi, após a pressão, a Força Nacional voltou a montar guarda nas retomadas. O Conselho afirma que a Defensoria Pública da União se comprometeu a entrar com representação pedindo a destituição do comando da Força Nacional no Mato Grosso do Sul.
A entidade também acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Ministério dos Povos Indígenas, Ministério dos Direitos Humanos, Ministério Público Federal (MPF) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que atendeu as vítimas dos ataques com duas ambulâncias.
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