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Incêndio em pousada de Porto Alegre deixa ao menos 10 mortos
Prédio onde funcionava o empreendimento não tinha autorização para abrigar uma pousada
Um incêndio que atingiu uma pousada no Centro de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na madrugada desta sexta-feira 26 deixou ao menos dez pessoas mortas. As informações são do Corpo de Bombeiros do estado.
O incêndio que atingiu o imóvel teria começado logo no início da madrugada e só foi controlado por volta das 5 horas. O fogo teria iniciado no primeiro andar do prédio, tendo se espalhado, em seguida, pelos outros dois pavimentos. A proximidade dos quartos e a estrutura de madeira teriam ampliado a tragédia.
Há, neste momento, duas hipóteses para o fogo: a primeira, levantada pela Defesa Civil, seria a de que o incêndio é criminoso; a segunda, da Polícia Civil, diz que um homem tentou apagar um foco de incêndio, não criminoso, com um colchão e, por isso, as chamas se alastraram. Nenhuma delas, no entanto, foi adotada como causa oficial, que ainda será determinada por investigação do Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Por volta das 8 horas desta sexta, 11 pessoas foram resgatadas com vida e foram levadas pelos bombeiros a hospitais da capital. O quadro de quatro vítimas do fogo é grave: duas estão entubadas, uma passa por cirurgia e outra recebe atendimento por ter inalado fumaça. Há ainda uma vítima com 20% do corpo queimado e outra com fraturas.
De acordo com a rádio Gaúcha Zero Hora, os hóspedes da pousada no momento das chamas seriam pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Segundo a Prefeitura, que tem contrato com a administradora do local para receber a população em situação de rua, estavam no espaço, no momento do incidente, 30 pessoas. Dessas, 16 eram mantidas com recursos públicos.
Incêndio atinge pousada na Avenida Farrapos, em Porto Alegre
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🎥 Joneisa Garcia/Arquivo pessoal pic.twitter.com/EUWsk0VopO
— GZH (@gzhdigital) April 26, 2024
Há, ainda, desaparecidos. O Corpo de Bombeiros, porém, não informou oficialmente quantas pessoas não foram encontradas até o momento. Pelos números divulgados pela gestão municipal, seriam nove os ainda não resgatados.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o imóvel onde funcionava a pousada não teria autorização para operar o negócio e também não contava com um plano de proteção para incêndios. Estaria, portanto, irregular. A Prefeitura ainda não se pronunciou sobre essa alegação.
O fato de o imóvel supostamente irregular receber recursos públicos foi classificado como ‘negligência’ por parte de políticos locais. A deputada federal Daiana Santos (PCdoB), que é ex-vereadora na cidade, afirmou ser preciso cobrar a Prefeitura, comandada por Sebastião Melo (MDB), pelo caso.
É necessário cobrar a prefeitura sobre o motivo do estabelecimento operar e receber moradores/hóspedes sem ter nenhum tipo de regulamentação. Infelizmente, as vidas que foram perdidas não serão reparadas, mas precisamos evitar que outras tragédias como essa ocorram.
— Daiana Santos (@daianasantospoa) April 26, 2024
Pelas redes, o prefeito se posicionou, mas não citou a irregularidade constatada também pelos Bombeiros:
“Com profunda tristeza acompanho a apuração do incêndio com vítimas na pousada Garoa, na Farrapos. A prioridade agora é o atendimento aos cidadãos resgatados e encaminhados ao HPS. A prefeitura trabalha para acolher os moradores e apoiar a investigação dessa tragédia”, escreveu o emedebista.
Maria do Rosário, candidata do PT na cidade, foi outra política a reagir. Nas redes, ela disse estar ‘consternada’ com a situação.
Além das vidas perdidas, há 7 pessoas feridas devido ao incêndio na Avenida Farrapos. Meus pensamentos estão com todos os atingidos, esperando uma rápida recuperação dos feridos. Estamos acompanhando, e nosso mandato está à disposição para auxiliar as autoridades no que for…
— Maria do Rosário (@mariadorosario) April 26, 2024
O presidente Lula (PT) e o governador Eduardo Leite (PSDB) também se manifestaram sobre a tragédia. Lula disse ter recebido a notícia com ‘tristeza e preocupação’. Leite, por sua vez, também lamentou o ocorrido e disse ter mobilizado sua gestão “no rescaldo dessa tragédia e na identificação das causas das chamas.”
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