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Ibama tem sistema de multas travado e esquema de compadrio, diz coronel
Exonerado, o agora o ex-superintendente da entidade no Mato Grosso do Sul fez críticas e acusações contra o ministro


Exonerado nesta terça-feira 23, o ex-superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul e coronel da reserva do Exército Luiz Carlos Marchetti expressou grande descontentamento com a entidade.
Em entrevistas ao Campo Grande News e à coluna do jornalista Rubens Valente, do UOL, Marchetti afirmou que o Ibama está “paralisado” e que o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, exerce uma política de “compadrio” de cargos à policiais militares de São Paulo.
“O que está acontecendo é uma coisa sórdida. Um policial militar lá de dentro pediu minha vaga e a sequência disso foi a sequência de uma política equivocada do ministro, que mobiliou todo o Ibama”, declarou ao veículo mato-grossense.
Já a Rubens Valente, Marchetti afirmou que todo o processo de multas do órgão está parado devido ao congelamento das “audiências de conciliação”, um mecanismo criado por Salles em 2019 para, em tese, dar celeridade à responsabilização de pessoas acusadas de crimes ambientais. A realidade, diz o ex-superintendente, é outra.
“Temos cumprido as metas de fiscalização. O que não está dando andamento é exatamente isso [conciliações]. É você instruir o processo de auto de infração para fazer a conciliação. Porque isso é feito em Brasília, é tudo centralizado em Brasília. E todas essas funções-chave, as coordenadorias, as diretorias, são dirigidas pelos amigos da PM paulista”, disse o coronel ao UOL.
E completou. “O Ibama está paralisado. O meio ambiente está mal.”
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