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Guedes culpa Lula e novo Bolsa Família pela alta de juros: ‘É a guerra política’

O ministro da Economia de Bolsonaro lamentou ainda a ‘antecipação eleitoral’

O ministro da Economia, Paulo Guedes. Foto: Sergio Lima/AFP
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, elegeu nesta segunda-feira 16 os ‘culpados’ pelo aumento nos juros: o ex-presidente Lula e o Bolsa Família. Em sua mais recente reunião, o Comitê de Política Monetária decidiu elevar a taxa básica, a Selic, para 5,25% ano, um aumento de um ponto percentual. Em setembro, os juros podem chegar a 6,25% ao ano.

“Vamos para o político. De um lado, Lula aparece à frente nas pesquisas eleitorais. De outro, a reação aqui dentro é a tentação de jogar o Bolsa Família para 400 reais, o mercado especulando se vamos furar o teto. Não tem nada que ver com a realidade econômica. É um efeito colateral da guerra política, da antecipação eleitoral. Isso leva alguns atores a cometerem excessos, mas logo vem outro e penteia o cabelo de todo mundo”, disse Guedes em entrevista ao jornal Valor Econômico.

Questionado sobre a possibilidade de o governo de Jair Bolsonaro furar o teto de gastos, o ministro afirmou que, “se os fundamentos econômicos estão assim, qualquer deslocamento de juro futuro é atribuível à ruptura desses fundamentos”.

“A realidade econômica não justifica isso. O que faria essa ruptura? Uma crise política. Uma parte é desinformação porque muita gente não entendeu a questão dos precatórios, por exemplo, e outra parte é antevisão do problema político. É uma leitura de que, se vier o Lula, fura-se o teto. E de que o Bolsonaro, para bater o Lula, levará o Bolsa Família a 500 ou 600 reais. Não é isso que estamos fazendo. Toda informação tem um sinal: o que está acontecendo de verdade e o barulho. O barulho deste momento é: ‘Olha os precatórios! O governo vai dar calote’”, completou.

Na semana passada, Bolsonaro entregou à Câmara dos Deputados a medida provisória que reformula o Bolsa Família, que será rebatizado de Auxílio Brasil. Os precatórios, por sua vez, motivaram a produção de uma proposta de emenda à Constituição já entregue à Câmara. O texto prevê o parcelamento do pagamento dessas dívidas judiciais para 2022. De acordo com a PEC, que ainda não foi avaliada pelo Congresso, precatórios com valor acima de 66 milhões de reais poderão ser pagos em dez prestações (15% à vista e o restante em parcelas anuais).

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