O Ministério da Defesa, capitaneado pelo general Walter Braga Netto, teria gasto verbas destinadas aos custos do combate à Covid-19 para pagar despesas diversas, como compra de veículos, material esportivo e uniformes, de acordo com relatório elaborado pela procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo, Élida Graziane Pinto, encaminhado à CPI da Covid.
Os recursos fariam parte do Orçamento de Guerra, medida que desobrigava a União a atender exigências de controle do uso dos recursos públicos durante o período de calamidade.
O jornal O Globo teve acesso ao relatório encaminhado à Comissão, e segundo consta, do total de 72 bilhões de reais que deveriam ir para o SUS, 140 milhões foram gastos pela pasta em custos não relacionados à saúde.
Uma parte foi repassada para as comissões aeronáuticas brasileiras em Washington (55 milhões) e na Europa ( 7,8 mihões), à Comissão do Exército Brasileiro em Washington (3,113 milhões) e ao Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (1,067 milhão), entre outros.
“Esses créditos foram criados especificamente para a Covid. Quando se empenhou o dinheiro sem explicar como seria usado, abriu-se espaço para o desvio de recursos da saúde para possível aparelhamento de órgãos militares“, salientou Élida.
Além da Defesa, a Secretaria de Aviação Civil também teria incorporado 80 milhões de reais de recursos do SUS ao seu orçamento.
O relatório, agora, deve passar por análise da CPI da Covid.
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