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Governo deve priorizar caminhoneiros na vacinação contra a Covid-19
O Brasil tem disponível até o momento apenas 6 milhões de doses de uma única vacina


Na tentativa de desencorajar a greve programada para o início de fevereiro, o governo de Jair Bolsonaro deve incluir os caminhoneiros nos primeiros grupos a serem vacinados contra a Covid-19.
“Os caminhoneiros viriam na segunda ou terceira etapa, creio eu. Estamos cobrando é essa programação”, diz a CartaCapital Wallace Landim, o Chorão, líder da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores, que reúne mais de 30 mil filiados.
O Brasil tem disponível até o momento apenas 6 milhões de doses de uma única vacina contra a Covid-19, a Coronavac. A fase preliminar da vacinação contempla idosos e deficientes que vivem em asilos e outras instituições, indígenas aldeados e profissionais de saúde. A segunda, pessoas de 60 a 74 anos. Já a terceira prevê a imunização de portadores de comorbidades que aumentam as chances de agravamento da doença.
Segundo a Confederação Nacional dos Transportes, a nova proposta passa na frente, além dos caminhoneiros, portuários e funcionários das empresas brasileiras aéreas metroferroviárias e de navegação. E também motoristas cobradores de transporte coletivo.
Os caminhoneiros foram limados do primeiro plano de vacinação do Ministério da Saúde apresentado ao STF. A segunda versão, apresentada em 16 de dezembro, incluiu trabalhadores do transporte coletivo e transportadores rodoviários de carga.
O Ministério da Saúde, entretanto, ainda não definiu nenhum cronograma. “Cadê o estudo da priorização? Não aparece. Ninguém fala nada, estamos cobrando”, lamenta Landim. “É muito complicado acreditar nessa promessa, por que até hoje não tivemos sucesso em nenhuma das nossas demandas.”
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social de 2018, cerca de 2,2 milhões de profissionais atuam no setor dos transportes.
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