O Ministério da Saúde demorou cerca de um mês e meio para definir qual área da pasta responderia a oferta de vacina enviada pela Pfizer. A informação é do jornal O Globo.
A carta da empresa, assinada pelo diretor-executivo mundial da companhia, Albert Bourla, foi encaminhada via email no dia 15 de setembro. No documento, o SEO destacava que o tempo era um fator essencial, além de ter pedido uma reunião o mais rápido possível’.
Apesar disso, só no dia 29 de outubro se entendeu que caberia à secretaria executiva, à época comandada por Élcio Franco, as ‘possíveis providências’. A carta também foi encaminhada à Presidência da Republica e ao Ministério da Economia, mas ambos a encaminharam à Saúde.
Nela, o diretor executivo queixa-se de que sua equipe já havia apresentado uma oferta de vacinas ao governo brasileiro. Ele diz ainda que, “sabendo que o tempo é essencial”, estava interessado “em acelerar as discussões”. Ao fim, Bourla acrescenta que a Pfizer estava pronta para se reunir com membros do governo ou com o próprio Bolsonaro “o mais rapidamente possível”.
Segundo O Globo, que pediu ao Ministério da Saúde, via Lei de Acesso à Informação, os encaminhamentos dados à carta, não há registro de resposta à tentativa da comunicação da Pfizer.
Ainda de acordo com o jornal, do momento em que a empresa fez a primeira oferta de vacinas, em agosto, até o governo aderir formalmente à proposta, em março, passaram-se 216 dias. Nesse tempo, a farmacêutica assinou contratos nos quais comprometeu 1,37 bilhão de doses de sua produção, negociadas com outros compradores. Nesse processo, 40 países e entidades compradoras passaram à frente do Brasil na fila da entrega, alguns com mais de um contrato durante o período.
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