CartaExpressa

Governo demorou mais de um mês para definir quem responderia carta da Pfizer

A empresa encaminhou oferta de vacina em 15 de setembro, mas só em 29 de outubro o documento foi encaminhado à secretaria executiva

Governo demorou mais de um mês para definir quem responderia carta da Pfizer
Governo demorou mais de um mês para definir quem responderia carta da Pfizer
Élcio Franco, ex secretário-Executivo do Ministério da Saúde (Foto: Carolina Antunes/PR) Élcio Franco, Secretário-Executivo do Ministério da Saúde. (Foto: Carolina Antunes/PR)
Apoie Siga-nos no

O Ministério da Saúde demorou cerca de um mês e meio para definir qual área da pasta responderia a oferta de vacina enviada pela Pfizer. A informação é do jornal O Globo.

A carta da empresa, assinada pelo diretor-executivo mundial da companhia, Albert Bourla, foi encaminhada via email no dia 15 de setembro. No documento, o SEO destacava que o tempo era um fator essencial, além de ter pedido uma reunião o mais rápido possível’.

Apesar disso, só no dia 29 de outubro se entendeu que caberia à secretaria executiva, à época comandada por Élcio Franco, as ‘possíveis providências’. A carta também foi encaminhada à Presidência da Republica e ao Ministério da Economia, mas ambos a encaminharam à Saúde.

Nela, o diretor executivo queixa-se de que sua equipe já havia apresentado uma oferta de vacinas ao governo brasileiro. Ele diz ainda que, “sabendo que o tempo é essencial”, estava interessado “em acelerar as discussões”. Ao fim, Bourla acrescenta que a Pfizer estava pronta para se reunir com membros do governo ou com o próprio Bolsonaro “o mais rapidamente possível”.

Segundo O Globo, que pediu ao Ministério da Saúde, via Lei de Acesso à Informação, os encaminhamentos dados à carta, não há registro de resposta à tentativa da comunicação da Pfizer.

Ainda de acordo com o jornal, do momento em que a empresa fez a primeira oferta de vacinas, em agosto, até o governo aderir formalmente à proposta, em março, passaram-se 216 dias. Nesse tempo, a farmacêutica assinou contratos nos quais comprometeu 1,37 bilhão de doses de sua produção, negociadas com outros compradores. Nesse processo, 40 países e entidades compradoras passaram à frente do Brasil na fila da entrega, alguns com mais de um contrato durante o período.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo