Membros do governo Bolsonaro desacataram a decisão da justiça Federal do Rio de Janeiro, que determinou que a União não poderia atentar contra a dignidade de Paulo Freire, e foram às redes sociais atacar o educador que completaria 100 anos, se estivesse vivo.
Em decisão liminar do dia 17 de setembro, a juíza Geraldine Vital determinou que a União “abstenha-se de praticar qualquer ato institucional atentatório à dignidade do Professor Paulo Freire na condição de Patrono da Educação Brasileira”. A decisão da magistrada atendeu a um pedido do Movimento Nacional de Direitos Humanos. A decisão é passível de recurso pela Advocacia Geral da União.
Neste domingo 19, dia do centenário do educador e filósofo pernambucano, o presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, escreveu em suas redes ser a favor da ‘proibição da aplicação do método Paulo Freire’, ao criticar a decisão judicial que protege a memória do educador.
Prestaria um grande serviço ao País se proibisse a aplicação do método Paulo Freire. A autoridade do professor em sala de aula precisa ser restabelecida, assim como o ensino da norma culta da língua portuguesa, para ficar só nisso. pic.twitter.com/JoOfXC8epN
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) September 18, 2021
O deputado federal Eduardo Bolsonaro também criticou Freire ao insinuar que os defensores de seu pensamento seriam como ETs.
Paulo Freire explica. https://t.co/yiRNlBQZHj
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) September 19, 2021
Em algumas publicações, o Secretário Nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciuncula, criticou o educador dizendo ser Freire o ‘responsável por um verdadeiro holocausto educacional’. Em uma entrevista concedida à portal Gazeta Brasil, o secretário disse que Paulo Freire ‘deixou gerações de militantes analfabetos’.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login