Durante o lançamento do Novo PAC pelo governo federal, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira 11, as ausências chamaram mais atenção do que as presenças. Lula (PT) havia convidado todos os governadores para estarem ao seu lado durante o anúncio da retomado dos investimentos, mas, por diferentes justificativas, cinco políticos mais alinhados com o bolsonarismo optaram por não participar. São eles:
- Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro;
- Romeu Zema, governador de Minas Gerais e que, recentemente, se envolveu em polêmica ao propor uma espécie de ‘separação’ entre os estados do Sul e do Sudeste do restante do Brasil;
- Ratinho Júnior, governador do Paraná, que está sob suspeita de favorecer aliados em Loterias no estado, além de ter avançado com a questionável venda da Copel;
- Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul que, nas últimas semanas, protagonizou um discussão com Jean Wyllys, aliado de Lula sobre homofobia. O caso está na Justiça;
- Jorginho Mello, governador de Santa Catarina e um bolsonarista de primeira ordem. Na ação mais recente, inaugurou um clube de tiros no estado menos de 24 horas após o governo federal impor restrições ao estabelecimento.
Dos cinco, vale registrar, apenas o governador gaúcho optou por não enviar um representante. Na maior parte dos casos a alegação para a ausência é de que outros compromissos já estariam agendados. Politicamente, a leitura é de que nenhum deles queria ‘aparecer na foto’ ao lado do petista. Isso porque, em diferentes níveis, todos almejam ser os indicados ao posto de sucessor do inelegível Bolsonaro em 2026.
Entre as presenças, a mais ligada ao bolsonarismo é de Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro. Ele, porém, dificilmente conseguiria faltar ao compromisso, uma vez que o evento ocorre em justamente no seu estado. Durante os muitos discursos na abertura do evento, Castro foi mencionado como anfitrião e representante dos governadores, em todas essas ocasiões, foi vaiado pela plateia de populares presente.
Helder Barbalho, governador do Pará, que representou seus colegas de cargo nos discursos, chamou a atenção para as ausências. Ele optou por citar nominalmente cada um dos presentes ao celebrar ‘o gesto de Lula’ de convidar os representantes estaduais.
Antes de ler a nominata, disse que a opção do petista em escolher um representante do Norte para discursar é uma “demonstração clara daqueles que pregam a democracia, pregam a união e um Brasil para todos e que querem uma construção nacional”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login