CartaExpressa
Gilmar: ‘Quem é o chefe da Lava Jato? É o Moro, que eles chamavam de Russo’
Vaza Jato mostra que a operação ‘estava em outra estratosfera’, diz o ministro do STF


Na esteira da divulgação de novos diálogos entre o ex-juiz Sergio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, voltou a criticar a proximidade entre as partes.
“Esses fatos revelados indicam que a Lava Jato estava em outra estratosfera. Sequer pertencia ao Ministério Público. Você não vê ninguém da Procuradoria Geral da República, nenhum corregedor. Quem é o chefe/coordenador da Lava Jato segundo esses vazamentos, esses diálogos? É o Moro, que eles [procuradores] chamavam de ‘Russo’”, declarou Gilmar em entrevista à CNN Brasil.
“Eles diziam até seguir o Código de Processo Penal da Rússia. Isso é sintomático de um total descolamento institucional. Daí talvez a importância desse regresso ao Brasil. Eles talvez tenham que estabelecer relações via Gaeco”.
A referência de Gilmar é à notícia de que a força-tarefa da Lava Jato deixou de existir na última segunda-feira 1. Alguns integrantes da operação farão parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado para dar sequência aos trabalhos.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.