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Gilmar: Moro ‘causa pena’ e sua parcialidade pode levar à anulação de processos

Para o ministro, o ex-juiz exercia ‘um tipo de chefia, não escrita, virtual’ sobre os procuradores

O ministro Gilmar Mendes, do STF. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, voltou a criticar nesta quarta-feira 10 o ex-juiz Sergio Moro por atuar com parcialidade nos julgamentos relacionados à Lava Jato.

Segundo Gilmar, condenações podem, inclusive, ser revertidas se a Corte reconhecer a quebra da imparcialidade por parte do então responsável pela 13ª Vara Federal de Curitiba.

“Desde que comprovada (a parcialidade), poderá ocorrer anulação (de processos). Precisa ser olhado com muito cuidado. Eu acho que estamos diante de um grande imbróglio”, declarou Gilmar em entrevista à Rádio Gaúcha.

Para o ministro, Moro exercia “um tipo de chefia, não escrita, virtual” sobre os procuradores da força-tarefa da Lava Jato. “Ele era consultado. Ele (Moro) reclamava de ações que eles (procuradores) tinham feito, como um chefe faz com relação a seus subordinados. Só que não há essa relação entre MP e juiz. Portanto, é uma nova atribuição que se estava dando ao direito”.

Gilmar acrescentou: “Ele [Moro] é uma figura que me causa pena. Eu não sei qual desfecho as instituições darão a esse imbróglio. É muito fácil fingir que não houve nada. Como os tribunais vão explicar que tenha acontecido isso nas barbas deles? Nós todos erramos”.

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