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General Luiz Ramos sobre a não punição de Pazuello: ‘Decisão extremamente pensada’
O ministro-chefe da Casa Civil negou a possibilidade de ruptura institucional e disse que Bolsonaro não comete atos antidemocráticos
O ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, declarou que a atitude do Exército de não punir o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello por participar de ato político ao lado do presidente Bolsonaro foi ‘extremamente pensada’. A declaração foi feita em entrevista ao O Globo, publicada neste domingo 6.
Durante a conversa, Ramos afirmou que o passado de Pazuello pode ter pesado sobre a decisão do comandante do Exército, general Paulo Sérgio, a quem cabia a determinação. “O comandante do Exército, ao analisar a história de vida do Pazuello, considerou que aquele fato não se constituiu transgressão. Você não pode usar pesos iguais com pessoas que têm comportamentos diferentes. Se o militar nunca fez nada errado e comete um deslize, ele vai ser punido com dez dias de cadeia? Isso não existe. Cada caso é um caso. A decisão de não punir o Pazuello é exclusiva do comandante do Exército”, disse.
“A interpretação do general Paulo Sérgio (comandante do Exército) foi diferente da que todo mundo esperava. Teve uma reunião virtual em que ele discutiu com o Alto Comando para avisar qual era a decisão. Foi uma decisão extremamente pensada. Mas isso não é assunto da minha pasta”, continuou quando questionado sobre o fato da não punição favorecer um cenário de indisciplina.
Ramos ainda defendeu a presença do general da ativa Pazuello na ‘motociata’ com Bolsonaro, e disse que a presença em manifestações políticas é uma decisão pessoal de cada um. “Olha, o general Pazuello estava ali como civil. Isso é uma decisão pessoal de cada um. Em julho do ano passado, pedi para ir para a reserva. Eu estava em um área em que eu achava que, realmente, trabalhando com política, como general da ativa, não tinha mais razão de eu estar no Exército”, declarou.
Quando questionado a avaliar um cenário de possível ruptura institucional, o ministro afastou a possibilidade e negou que o presidente Jair Bolsonaro cometa atos antidemocráticos. “Me diga qual foi o ato do presidente próximo à quebra do estado democrático de direito ou de afronta à Constituição. Muito pelo contrário. Tem coisa que é da autoridade do presidente, como nomear o diretor da Polícia Federal, e o Supremo (Tribunal Federal) não autorizou . Se ele fosse uma pessoa que não cumprisse as normas, poderíamos ter alguma crise institucional.
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