General Heleno recua e cancela projetos de pesquisa de ouro na Amazônia

As autorizações prévias se tornaram alvo de investigação pelo MPF do Amazonas por suspeita de possibilitar mineração em terras indígenas

O presidente Jair Bolsonaro e Augusto Heleno. Foto: Marcos Corrêa/PR

Apoie Siga-nos no

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, o general Augusto Heleno, cancelou a autorização de sete projetos de pesquisa de ouro em uma das áreas mais preservadas da Amazônia. O recuo foi publicado no Diário Oficial da União nesta segunda-feira 27 em ato do Conselho de Defesa Nacional.

“Considerando as novas informações técnicas e jurídicas, apresentadas diretamente ao GSI, e que serão estudadas pela ANM, o ministro de Estado chefe do GSI, na qualidade de secretário-executivo do Conselho de Defesa Nacional, cassou os Atos de Assentimento Prévio”, diz um trecho do comunicado.

No mesmo texto, a pasta comandada por Heleno reconhece que há áreas de requerimento mineral “nos limites” de terras indígenas ou em região com demarcação ainda não homologada.

As autorizações prévias se tornaram alvo de investigação pelo Ministério Público Federal do Amazonas por suspeitar que os atos buscavam preparar terreno para a mineração em terras indígenas, proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.

As autorizações foram cassadas com base em manifestações da ANM (Agência Nacional de Mineração), Funai (Fundação Nacional do Índio) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

No início do mês, o ministro se manifestou sobre o tema em suas redes sociais: “É legal autorizar a pesquisa/lavra de minerais, na faixa de fronteira, inclusa a Amazônia. Respeitadas a legislação e o meio ambiente, continuaremos a mapear nossas riquezas pelo bem do Brasil e do nosso povo”, escreveu.


 

Os empreendimentos seriam instalados no extremo noroeste do Amazonas, na fronteira com Colômbia e Venezuela. A região, conhecida como Cabeça do Cachorro, é uma das mais preservadas da Amazônia e uma das últimas fronteiras de conservação plena do bioma.

 

 

 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.