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Fundação Saúde pagou laboratório mesmo após saber dos casos de fraude em testes de HIV

Em setembro, o PCS Lab Saleme recebeu mais de 850 mil reais da entidade, que é vinculada ao governo do estado

Fundação Saúde pagou laboratório mesmo após saber dos casos de fraude em testes de HIV
Fundação Saúde pagou laboratório mesmo após saber dos casos de fraude em testes de HIV
O laboratório PCS Lab Saleme, no Rio de Janeiro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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A Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro, vinculada à secretaria de estado da Saúde, manteve pagamentos ao laboratório PCS Lab Saleme no mês de setembro, mesmo após tomar conhecimento de que houve a produção de laudos errados que resultaram na infecção por HIV de seis transplantados.

Durante o período, a fundação pagou 857 mil reais ao laboratório, segundo informações do G1.

A Secretaria Estadual de Saúde informou ter tido ciência do caso em 10 de setembro, quando um paciente transplantado foi ao hospital com sintomas neurológicos e teve o resultado para HIV positivo. Ele não tinha o vírus antes e recebeu um transplante de coração em janeiro.

Em nota, a Fundação Saúde argumenta que os pagamentos são referentes a despesas realizadas em meses anteriores, antes da interdição do laboratório. A reportagem também teve acesso a documentos que mostram a previsão de pagamentos no valor de 299 mil reais, entre 1º e 9 de outubro. A Fundação também disse, no comunicado, que nenhum pagamento foi realizado ao laboratório depois do dia 1º de outubro.

O laboratório virou alvo de uma investigação pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que terá como objeto a contratação pelo governo do estado, a análise do dano pelo serviço não prestado adequadamente e possíveis irregularidades na licitação, em decorrência de vínculos.

O laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS-Saleme) tem como um dos sócios Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, primo do ex-secretário de Saúde Doutor Luizinho, deputado federal e líder do PP na Câmara dos Deputados.

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