O presidente Jair Bolsonaro voltou a ameaçar descumprir decisões do Supremo Tribunal Federal. Em cerimônia no Palácio do Planalto nesta terça-feira 7, ele criticou diretamente a possibilidade de a Corte recusar a aplicação da tese do chamado Marco Temporal na demarcação de terras indígenas no País.
O julgamento começou em 2021. Até aqui, dois ministros votaram: o relator do caso, Edson Fachin, se manifestou contra a aplicação do Marco Temporal, enquanto o ministro Kassio Nunes Marques votou a favor.
“O que eu faço se aprovar o Marco Temporal? Tenho duas opções: entrego a chave ao ministro do Supremo ou digo que não vou cumprir. Eu fui do tempo em que decisão do Supremo não se discute, se cumpre. Eu fui desse tempo, não sou mais”, afirmou. “Certas medidas saltam aos olhos dos leigos. É inacreditável o que fazem. Querem me prejudicar, mas prejudicam o Brasil. Para onde vai esta Pátria? Como está o Brasil pós-pandemia e mesmo com essa guerra? Estamos bem, levando-se em conta a maioria dos outros países.”
Aos gritos, Bolsonaro reagiu nesta terça à decisão da Segunda Turma do STF de manter a cassação do deputado estadual bolsonarista Fernando Francischini (União-PR) por divulgação de fake news sobre as eleições de 2018.
O ex-capitão voltou a insinuar fraudes nas próximas eleições, sem apresentar qualquer evidência. Também tornou a mencionar as Forças Armadas e fez novos ataques ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login