O deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), líder da Minoria na Câmara, disse neste 7 de Setembro que não participaria de uma reunião do Conselho da República convocada por Jair Bolsonaro. Ele denunciou “ameaças de um presidente que viola a Constituição”.
Bolsonaro afirmou nesta terça, em discurso na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, que convocaria o conselho para uma reunião nesta quarta-feira 8. Segundo a Lei 8.490, de 1992, compete ao grupo se pronunciar sobre “intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio” e a respeito das “questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas”.
Pelas redes sociais, Freixo lembrou que o conselho não se reuniu uma vez sequer no governo Bolsonaro. “E não é sob chantagem de um presidente que participa de atos que ameaçam ministros, intervenção militar e fechamento do Congresso, que o Conselho da República tem de se reunir”, declarou o deputado. “Afirmo categoricamente que não participarei”.
Líder da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN) revelou, em nota, qual seria a sua postura na reunião. “O conselho é um órgão de assessoramento da Presidência da República. Bolsonaro pode ou não seguir suas orientações. A minha seria: renuncie, presidente!”, disse o parlamentar. “Desconfio de um presidente que nunca prezou pelo debate quando se propõe a reunir o Conselho da República. Minha posição é de defesa vigorosa da democracia e contrária a atos como os que estamos assistindo hoje, que só contribuem para a erosão de nossa sociedade”.
O conselho é chefiado pelo presidente da República. Dele participam também, conforme a lei:
- o vice-presidente da República;
- o presidente da Câmara dos Deputados;
- o presidente do Senado;
- os líderes da maioria e da minoria na Câmara;
- os líderes da maioria e da minoria no Senado;
- o Ministro da Justiça;
- Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de 35 anos, todos com mandato de três anos, vedada a recondução, sendo: a) dois nomeados pelo Presidente da República; b) dois eleitos pelo Senado: e c) 2 dois eleitos pela Câmara dos Deputados.
As assessorias dos presidentes da Câmara e do Senado ainda não confirmaram se haverá, de fato, a reunião. O presidente do STF não participa do conselho, mas pode ser convidado para as discussões.
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