A proibição pela Justiça de que um grupo de militantes pró-aborto chamado Católicas pelo Direito de Decidir utilizasse o termo ‘católicas’ no nome gerou incredulidade na sociedade civil. Para Frei Betto, uma das vozes da Igreja mais conhecidas no Brasil, a situação suscitou uma dúvida: ‘voltamos à Inquisição?’
Frei Betto escreveu, em uma coluna para o jornal Folha de S. Paulo, que o grupo defende a lei brasileira, na medida que o aborto é legal em casos de estupro, anencefalia do feto e risco de vida para a gestante. Mas vai além: quem deve se sentir no direito de determinar se uma pessoa é um católico ‘de verdade’ ou não? A lei? A instituição da Igreja? Nenhum dos dois?
“Estamos de volta à Inquisição, quando os direitos civil e religioso se confundiam? Ou o TJ-SP pretende imitar os tribunais nazistas por condenarem quem se assumia como judeu? Os desembargadores de São Paulo podem, sim, punir quem não cumpre a lei, mas exorbitam de suas funções ao prescrever quem é digno ou não de se considerar adepto de determinada confissão religiosa.”, escreveu.
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