CartaExpressa
Ford anuncia o fim da produção de veículos no Brasil
‘Ações muito difíceis, mas necessárias’, afirma o CEO da montadora
A Ford anunciou nesta segunda-feira 11 o encerramento da produção de veículos nas fábricas brasileiras em 2021. Serão mantidos somente o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, e o Campo de Provas, em São Paulo.
“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, afirmou Jim Farley, presidente e CEO da Ford.
“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global”, acrescentou.
A produção nas fábricas de Camaçari, na Bahia, e Taubaté, em São Paulo, será interrompida imediatamente. No último trimestre, será fechada a planta da Troller, em Horizonte, no Ceará.
A montadora permanecerá com uma planta na Argentina e outra no Uruguai. Cerca de cinco mil funcionários devem ser impactados pelo fim da produção no Brasil e na América do Sul.
Em 2019, a Ford abriu mão do segmento de caminhões no Brasil, fechando uma fábrica em São Bernardo do Campo fundada em 1967, a primeira da empresa no Brasil. Na época, atribuiu a decisão a um plano para manter a lucratividade na América do Sul. Segundo a Ford, as operações pesadas trouxeram entre 2014 e 2019 um prejuízo de 4,5 bilhões de dólares. Para continuar no mercado, justificou a empresa, seria preciso investimentos que tornariam inviável “um negócio lucrativo e sustentável”.
Nos últimos vinte anos, segundo dados da Receita Federal e estudos do Dieese, a Ford do Brasil recebeu pelo menos R$ 20 bilhões em benefícios fiscais.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.