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Forças Armadas estão sendo orientadas para atacar as eleições, diz Barroso
O ministro do Supremo Tribunal Federal participou de um seminário promovido por uma universidade alemã
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, defendeu o processo eleitoral no País e disse que vê as Forças Armadas sendo orientadas para atacá-lo.
“Um desfile de tanques é um episódio com intenção intimidatória. Ataques totalmente infundados e fraudulentos ao processo eleitoral. Desde 1996 não tem nenhum episódio de fraude. Eleições totalmente limpas, seguras. E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar. Gentilmente convidadas para participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo”, afirmou neste domingo 24, durante participação em um seminário promovido por uma universidade alemã.
Durante sua participação, o ministro também apontou que a politização das Forças Armadas é um risco para a democracia e que, embora isso não esteja ocorrendo, é preciso ficar atento.
“Um fenômeno que em alguma medida é preocupante, mas que até aqui não tem ocorrido, mas é preciso estar atento, é o esforço de politização das Forças Armadas. Esse é um risco real para a democracia e aqui gostaria de dizer que, eu que fui um crítico severo do regime militar, militante contra a ditadura, nesses 33 anos de democracia, se teve uma instituição de onde não veio notícia ruim foi as Forças Armadas. Gosto de trabalhar com fatos e de fazer justiça”, afirmou.
“Tenho a firme expectativa que as Forças Armadas não se deixem seduzir por esse esforço de jogá-las nesse universo indesejável para as instituições de estado que é o universo da fogueira das paixões políticas. E até agora o profissionalismo e o respeito à Constituição tem prevalecido”, completou.
Barroso também destacou que o Brasil é um dos países que passa pela ascensão de um “populismo autoritário”. Quando questionado sobre possíveis “sequelas” do governo Bolsonaro, o ministro avaliou que o país passa por um momento de desprestígio internacional, mas disse que atua como um ator institucional e não político.
“Não faço juízos políticos, não respondo a ataques pessoais. Para mim, não faz muita diferença. Só me mobilizo quando acho que há ataques às instituições”, finalizou.
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