Os editoriais desta quarta-feira 24 dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo criticaram o ex-presidente Lula (PT) após o petista comparar a longevidade no poder de Daniel Ortega, da Nicarágua, a de Angela Merkel, na Alemanha.
As respostas do petista viraram combustível para que as publicações voltassem a compará-lo com o presidente Jair Bolsonaro.
“Agrada-se assim à militância fiel e ideológica, correndo-se o risco de suscitar a repulsa dos demais eleitores. De maneira mais tosca, é o que faz Bolsonaro também”, escreve a Folha.
“Lá pela tantas, Lula deixou escapar a seguinte frase: ‘Todo político que começa a se achar imprescindível ou insubstituível começa a virar um pequeno ditador’. Se Lula se julga mesmo tão infalível assim, talvez fosse o caso de começar a ouvir os conselhos do próprio Lula”, sugere O Globo.
Em texto publicado nesta quarta-feira 24 no site de CartaCapital, o cientista político Claudio Couto, do blog Fora da política não há salvação, afirma que há resistência na esquerda em reconhecer governos autoritários em Cuba, Nicarágua e Venezuela.
“Para quem está no campo da esquerda, denunciar a natureza autoritária desses regimes é custoso: sua honestidade é posta em dúvida, suas intenções se tornam suspeitas e seus argumentos são desqualificados com base em sofismas”, diz.
“A defesa persistente que Lula e outros da esquerda fazem dos autoritarismos de seu lado do espectro ideológico não é indicador de um perigo autoritário que eles próprios representem, mas de uma brutal incoerência”, acrescenta.
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