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Familiares de indigenista e jornalista desaparecidos cobram ação urgente; governo ainda não deslocou helicópteros

Após mais de 48h sem informações sobre o paradeiro de ambos, a família de Pereira fez um apelo às autoridades. “Cada trecho de rio e de mata ainda não percorrido pode ser aquele em que eles aguardam por resgate”

O Indigenista Bruno Araújo e o jornalista Dom Phillips. Foto: Daniel Marenco | Reprodução
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O indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips seguem desaparecidos desde a manhã do último domingo, dia 5, quando deixaram, de barco, a comunidade ribeirinha de São Rafael em direção à cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas.

Após mais de 48h sem quaisquer informações sobre o paradeiro de ambos, a família de Pereira divulgou um comunicado. No texto, dizem manter a esperança de que ele e Philips sejam encontrados com vida, mas pedem que as autoridades locais, estaduais e nacionais deem prioridade e urgência na busca.

“Compreendemos que Bruno possui vasta experiência e conhecimento da região, porém, o tempo é fator chave em operações de resgate, principalmente se estiverem feridos. É fundamental que buscas especializadas sejam realizadas, por via aérea, fluvial e por terra com todos os recursos humanos e materiais que a situação exige.”

A esposa de Dom Philips, Alessandra Sampaio, também fez um apelo emocionado em um vídeo.

O governo brasileiro, contudo, ainda não deslocou nenhum helicóptero ou veículos aéreo para reforçar as buscas. Nesta terça 7, o Comando Militar da Amazônia publicou imagens da equipe de buscas alocada em um barco armado. Segundo pronunciamento, as buscas seguem apenas por meio terrestre e fluvial.

A região onde os dois foram vistos pela última vez é considerada uma zona extremamente perigosa, e não é recomendada a grupos pequenos devido à movimentação de criminosos estrangeiros e nacionais pelo local.

Servidor concursado da Funai, Bruno estava atualmente em licença das funções no órgão, trabalhando em um projeto voltado a melhoraria da vigilância em territórios indígenas contra narcotraficantes, garimpeiros e madeireiros que atuam no Vale do Javari, local do desaparecimento. A iniciativa, segundo relatos, motivou recentes ameaças a vida do servidor.

Confira a nota da família na íntegra:

“Já são 48 horas de angústia à espera de notícias sobre Bruno Pereira e Dom Philips, que desapareceram no domingo quando viajavam no Vale do Javari, Amazonas. Durante todo o dia de ontem, tivemos poucas informações sobre a localização deles, o que tem aumentado este sentimento. Mas também temos muita esperança de que tenha sido algum acidente com o barco e que eles estejam à espera de socorro. Mantemos orações e agradecemos o apoio de familiares e amigos. Contudo, em virtude de mais de 48 horas do desaparecimento do nosso Bruno e seu companheiro de viagem Dom Phillips, apelamos às autoridades locais, estaduais e nacionais que deem prioridade e urgência na busca pelos desaparecidos.

Compreendemos que Bruno possui vasta experiência e conhecimento da região, porém, o tempo é fator chave em operações de resgate, principalmente se estiverem feridos. É fundamental que buscas especializadas sejam realizadas, por via aérea, fluvial e por terra com todos os recursos humanos e materiais que a situação exige. A segurança dos indígenas e equipes de busca também precisa ser garantida.

Bruno é um dedicado servidor público federal pela FUNAI e muito apaixonado e comprometido com seu trabalho. Pai amoroso de duas crianças e uma moça lindas, Bruno é filho, marido, irmão e amigo, ele leva essa paixão para sua jornada toda vez que entra na mata com o propósito de ajudar o próximo. Pedimos às autoridades rapidez, seriedade e todos os recursos possíveis para essa busca. Cada minuto conta, cada trecho de rio e de mata ainda não percorrido pode ser aquele em que eles aguardam por resgate.”

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