A Procuradoria-Geral da Justiça Militar estabeleceu o prazo de dez dias para o Exército fornecer informações sobre a decisão de orientar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, a comparecer fardado à CPMI do 8 de Janeiro, em 11 de julho.
O despacho, assinado pelo procurador-geral da Justiça Militar em exercício, Clauro Roberto de Bortolli, foi expedido em 18 de julho. A manifestação ocorreu no âmbito de uma notícia de fato protocolada pela deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP).
“O convocado compareceu fardado ao depoimento e, para o espanto de todos, em nota o Exército afirmou ter sido uma orientação do comando da corporação”, escreveu a parlamentar. “Neste sentido, o uso da farda pelo tenente-coronel o coloca como representante das Forças Armadas em depoimento como testemunha por envolvimento em um crime, maculando a imagem da instituição.”
Em 11 de julho, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que Cid foi orientado pelo comando da Força a comparecer fardado à Comissão, “pelo entendimento de que o militar da ativa foi convocado para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força”.
Mauro Cid está preso desde 3 de maio sob acusação de fraudar cartões de vacinação contra a Covid-19. Ele também é alvo de apurações sobre a articulação de um golpe de Estado após as eleições de 2022.
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