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Exército fiscalizou menos de 3% dos CACs em 2022, diz levantamento
Os dados foram obtidos pela emissora de TV Globonews via Lei de Acesso à Informação


Um levantamento feito pela emissora de TV GloboNews revelou que o Exército Brasileiro fiscalizou menos de 3% das pessoas com registro de Caçador, Atirador e Colecionador, os chamados CACs, em 2022. O baixo volume reforça o descontrole armamentista promovido na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apontado como uma das causas do aumento da violência no País.
Ao todo, mostra o levantamento, foram 792.511 registros em 2022 e pouco mais de 12 mil fiscalizações, totalizando assim 2,7%.
Os dados foram obtidos pelo canal via Lei de Acesso à Informação junto à corporação, responsável pela fiscalização dos CACs. Segundo o levantamento, em 2019, primeiro ano da gestão de Jair Bolsonaro, o Exército fiscalizou aos menos 7% das pessoas aptas a obter armamentos do País.
O afrouxamento das regras de obtenção de armamentos no Brasil nos últimos quatro anos permitiu que cada pessoa pudesse ter até 60 armas e 40 mil munições ao ano.
Em 2022, o Exército admitiu ser incapaz de produzir relatórios detalhados sobre os tipos de armamentos que circulam no País.
Uma falha no sistema do cadastro de armas permitiu que armas antes proibidas, como morteiros e canhões, fossem incluídas na planilha de armamentos liberados.
Desde o começo do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governo federal tem estudado passar à Polícia Federal a atribuição de controle da circulação de armas no País.
O recadastramento instituído pelo ministro da Justiça Flávio Dino registrou quase 940 mil armas. No entanto, dados do Instituto Sou da Paz e Igarapé apontaram que mais de 8 mil armas de uso restrito não foram recadastradas no período determinado pelo governo.
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