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Ex-presidente do Vasco também esteve na mira da ‘Abin paralela’, diz PF
Diálogo interceptado mostra interlocutor pedindo a militar cedido à agência para ‘caçar podre desse maluco aí’, em referência a Jorge Salgado
O relatório da Polícia Federal sobre o esquema de monitoramento ilegal na Abin aponta que Jorge Salgado, ex-presidente do Vasco da Gama, também esteve na mira do grupo criminoso durante as eleições para o comando do clube fluminense, em 2020. O teor do documento veio a público nesta quarta-feira 18, por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.
A menção ao dirigente aparece em um quadro-resumo de ações identificadas pelas apurações da PF. Em diálogos interceptados pela corporação, um interlocutor não identificado no relatório envia, via WhatsApp, a imagem de uma matéria sobre a possível candidatura de Salgado e pede ajuda com “essa demanda” ao subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues.
O militar, que estava cedido à Abin na ocasião, responde: “qual é a bronca???”. A resposta vem minutos depois: “Caçar podre desse maluco aí“. O documento da PF classificou a técnica de consulta como “levantamento/dossiês”. Horas depois, Giancarlo volta a respondê-lo: “Vasculhei bastante e não acheimuita coisa nao… (sic)”. Jorge Salgado foi eleito nove dias depois de ser alvo do monitoramento, ficando três anos no comando do Vasco.
Giancarlo está entre os 36 indiciados pela Polícia Federal no inquérito da Abin paralela. Os investigadores enquadraram o militar nos crimes de organização criminosa, interceptação de comunicações de informática ou telemática sem autorização judicial, prevaricação, peculato-desvio e violação de sigilo funcional.
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