O agora ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência Alessandro Moretti afirmou que todo o material produzido pelo órgão foi compartilhado com a Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de monitoramento ilegal durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
A manifestação de Moretti foi divulgada em uma nota pública nesta quarta-feira 31. Ele ainda disse que que o trabalho interno de apuração relacionado ao uso do software espião First Mile começou por sua determinação.
“Todo o material probatório coletado e produzido pela Abin foi compartilhado com a Polícia Federal, que também teve atendidas todas suas solicitações à Agência”, escreveu. “Por esta razão, grande parte do material que instrui o inquérito da PF é fruto da apuração conduzida com total independência na Abin.”
Alessandro Moretti, número 2 da agência, foi exonerado do cargo na quarta-feira 30 pelo presidente Lula (PT), em meio a suspeitas de tentar inferferir nas investigações sobre a “Abin paralela”.
Um relatório da PF enviado ao Supremo Tribunal Federal, que serviu de base para a operação deflagrada na semana passada contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), aponta que a atual gestão do órgão teria agido para prejudicar a apuração sobre o suposto esquema de espionagem. O documento menciona diretamente Moretti ao tratar das suspeitas.
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